sexta-feira, abril 26, 2024

Autor: admin

Prémio para alunos de Religião e Moral “é prova de que a disciplina é importante”

Filme sobre o bullying arrecadou o segundo prêmio do projeto “eTwinning”, que junta escolas de França, Portugal, Itália, Polônia e Ucrânia.

Alunos premiados em Miranda do Corvo. Foto: Liliana Carona/RR

“Short Girl” (traduzido à letra, “rapariga pequena”) é impedida de brincar por causa da sua estatura. A situação é descrita num vídeo de pouco mais de quatro minutos, que contribuiu para que os alunos de Religião e Moral da Escola Dr. Ferrer Correia, em Miranda do Corvo, pudessem alcançar o segundo prémio num projeto europeu.

Luís Gonçalves tem 39 anos e leciona há 14 a disciplina de Edução Moral e Religiosa. Tem 15 turmas sob a sua responsabilidade e três delas, do 5º e 6º ano, participaram no projecto “eTwinning”.

“Foi um projeto colaborativo com cinco escolas, França, Portugal, Itália, Polónia e Ucrânia e durante um ano letivo trabalhámos entre os professores europeus onde, desde há quatro anos, se debate o tema do bullying nas escolas, como identificar e como reagir a uma situação de bullying”, esclarece o professor.

O docente trabalhou com os seus alunos no Projeto “Take care of me – Take care of you”.

“A ideia era sempre fazer tarefas colaborativas como a criação de bandas desenhada e filmes com situações concretas de bullying, em que eram dados exemplos tais como impedir uma criança de brincar por ser mais baixa, e depois o aluno teve que pedir desculpa”, conta à Renascença.

 

Notícias

Vítima de cyberbullying escreveu um livro

“Ser boa pessoa não foi o suficiente” para o escritor Sérgio Carvalho, que escreveu o livro “Tu foste um intervalo na solidão”, autobiográfico, que relata o percurso de uma relação de namoro que durou 496 dias, perturbada por episódios de cyberbullying.

O autor esteve na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha no passado dia 24 para apresentar o livro. Por falta de audiência não chegou a fazer a apresentação, mas deu entrevista ao JORNAL DAS CALDAS.
Com 41 anos, natural da Marinha Grande, é formado em Artes Plásticas pela ESAD.CR e desenvolve atividades profissionais no ramo das artes visuais e do ensino. Escreveu sobre uma relação que viveu há cerca de quatro anos com uma mulher dez anos mais nova que ele, em Aveiro, quando estava a fazer o mestrado em Ensino de Artes Visuais.

“Ela era da geração de jovens que não estudam nem trabalham, chamada de “nem nem” e conhecemo-nos num evento cultural onde no início tudo era cor de rosa”, contou, Sérgio Carvalho, até se aperceber da sua insegurança em relação às suas relações sociais com outras pessoas. “Ela tinha ciúmes do meu relacionamento com familiares, amigos, colegas de trabalho”, relatou o autor, acrescentando que a companheira começou a fazer “uma vigilância apertada sobre os contatos sociais que tinha”.

“Ela começou a vigiar o meu telemóvel, e-mail, redes sociais e fazia cenas de ciúmes à medida que me cruzava com pessoas que conhecia na rua”, adiantou, revelando que foi vítima de “violência psicológica através de tecnologias de informação e comunicação”. “Chegou uma altura em que já tinha medo de receber mensagens no facebook ou no e-mail porque queria que ela estivesse bem comigo”, explicou, referindo que “apesar do controlo gostava dela e pagava-lhe tudo”.

“Por amor nós somos doidos”, comentou, reconhecendo que ela nunca confiou nele. E, por isso, nunca foi capaz de se “entregar totalmente a ela”.
“Pelos ciúmes que ela manifestava, a minha forma natural de ser e de agir foi abafada, os meus passos eram vigiados e o meu círculo social desintegrou-se”, lembrou. Sentiu-se “um fantoche que, em nome de algum conforto emocional”, se deixou “contagiar, manipular e controlar por uma mulher que me amava”.

Chegou o dia em que disse “basta” e não suportou mais ser amado desta “maneira sufocante”. “Eu estava a viver uma ansiedade exaustante e disse-lhe que não a conseguia amar e ao mesmo tempo ter medo dela”, disse.

O autor, que escreveu o livro para alertar pais e filhos de que “a violência psicológica no namoro é tão grave como a violência física”, vincou que a namorada tinha a autoestima muito em baixo “não tinha amigas e não tinha a experiência de conhecer pessoas na rua. Vivia fechada no mundo da Internet e só tinha amizades virtuais”.

Com “Tu foste um intervalo na solidão” pretende ainda “sensibilizar o público para a importância do respeito pela liberdade do outro e confiança numa relação entre duas pessoas e testemunhar que o sentimento de paixão pode ofuscar os desequilíbrios numa relação tóxica”.

Sérgio Carvalho começou uma relação após vários anos de “isolamento” e esforçou-se, como nunca, para merecer “cada minuto, cada beijo, cada “amo-te”. “Éramos duas pessoas muito diferentes, nascidas com uma década de distância e um trajeto de vida com quase nada em comum”, contou.
O autor ainda não encontrou novo amor, mas garante que “aprendeu com a experiência” e que “ser boa pessoa não é o suficiente”.

Aida Reis, diretora da Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, convidou Sérgio Carvalho a voltar às Caldas para apresentar o seu livro a alunos do secundário, com o objetivo de sensibilizar para a violência no namoro.

AlunosFundamentalNotíciasVirtual

Psicóloga diz que Atirador de GO passou de vítima de bullying a agressor e remete a caso Columbine

De acordo com a polícia de Goiás, o aluno do colégio Goyazes tinha como alvo apenas um garoto que fazia as provocações. O atentado resultou na morte de dois meninos de 13 anos e outros quatro estudantes baleados estão hospitalizados. O atirador teria tentado se matar após ter feito as vítimas, mas foi impedido por uma funcionária da escola. No episódio de Columbine em 1999, dois adolescentes considerados superdotados, supostamente vítimas de bullying, mataram 12 alunos e um professor. Ambos se suicidaram.

Para Susete Figueiredo, professora de psicologia escolar na Universidade Mackenzie, as vítimas de bullying podem se tornar agressores. Na tentativa de eliminar o problema, eles passam a praticar o bullying ou tomar medidas violentas. “Provavelmente, ele encontrou na arma o instrumento mais próximo para acabar com o sofrimento dele. Como no caso de Columbine, em que eles cansaram de ser vítimas e quiseram exterminar a escola como um todo”, analisa.

Na avaliação de Neide Noffs, psicopedagoga e diretora da Faculdade de Educação da PUC-SP, a reação do garoto de 14 anos foi extrema e não pode justificar o crime. “Há uma fantasia de que o seu problema será resolvido eliminando as pessoas”, pontua.

Ambas especialistas afirmam que o menino de Goiânia já devia ter apresentado sinais de que estava sofrendo bullying.

Susete caracteriza a agressão como “brincadeiras abusivas e repetitivas que causam dor e sofrimento no outro”. ” Lembrando que não é qualquer pessoa que sofre com uma brincadeira de mau gosto”, pontua.

“No começo, a vítima fica um pouco mais afastada. Em vez de compartilhar o sofrimento com os demais, eles se fecham, geralmente, por vergonha, com com medo de retaliação”, explica Susete. À medida que sofre o abuso, segundo a psicóloga, a vítima pode entrar em depressão, se tornar um agressor ou tirar a própria vida. “Cada um tem uma reação diferente”.

Neide diz que as vítimas se retraem e fazem queixas, que nem sempre são explícitas. “O menino pode reclamar que não quer ir à escola, que está chateado, porque ele não localiza o motivo real do sofrimento”.

A psicopedagoga da PUC questiona se o garoto de Goiás teria dado “nenhum sinal de insatisfação ou aborrecimento”. “Não é possível que nem a família nem os profissionaisda escola detectaram isso”, afirma.

Arma era da mãe e estava escondida em casa, diz polícia

Escola deve combater bullying

“Eu acredito que pais e professores são peças fundamentais para perceber a mudança de comportamento do jovem. Quando ele está em sofrimento, ele se isola, fica mais quieto e há uma tendência de as notas da escola caírem”, diz a professora do Mackenzie.

O papel da escola, segundo Susete, é de combater o bullying. “A escola não pode fazer vistas grosas para o que está acontecendo. A escola é o palco adequado para se trabalhar nessa prevenção, com rodas de conversa e psicólogo é uma peça muito importante para fazer esse de mediação. A cada ano vemos episódios desse em escola pública ou particular. É necessário dar recursos para fazer esses jovens a falar. Eles têm a necessidade de expressar”.

Adolescente se inspirou em Columbine e Realengo

O adolescente de 14 anos que matou dois colegas nesta sexta-feira (20) dentro de uma sala de aula em Goiânia afirmou, em depoimento à polícia, que se inspirou nos tiroteios de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro. O relato foi feito à imprensa pelo delegado Luis Gonzaga Júnior, que investiga o caso.

“O adolescente agiu motivado por um bullying que ele sofria de outro adolescente. Segundo informação do próprio adolescente, ele se inspirou em duas tragédias. Uma tragédia que aconteceu [em 1999] nos Estados Unidos, no colégio Columbine, e outra [em 2011] no Realengo, aqui no Brasil. Dessa inspiração fez nascer a ideia nele de matar alguém. Depois, motivado por esse bullying que ele sentia e sofria por parte de um dos seus colegas, ele resolveu executar e matar pessoas”, disse Gonzaga.

O adolescente atirador de Goiânia abriu fogo contra seus colegas do colégio Goyazes por volta das 11h40 desta sexta. Ele relatou em depoimento que tinha como alvo especificamente um dos dois jovens que morreram, que o “amolava muito”, sem especificar como era a perseguição. “[Ele matou] primeiro esse colega e, depois, segundo ele, teve vontade de matar mais. No momento da execução ele falou para todo mundo: ‘Vocês vão todos morrer'”, acrescentou o delegado.

O delegado disse à imprensa, entretanto, que o adolescente não relatou, em seu depoimento, já ter feito alguma reclamação à escola sobre ser vítima de bullying. Funcionários do colégio também afirmaram à polícia que não havia registro de bullying em relação ao jovem que cometeu o crime.

O atirador contou também que já passou por acompanhamento psicológico, o que foi confirmado por seu pai, mas nenhum dos dois especificou do que se tratava e o que o motivou, segundo Gonzaga, da Depai (Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais).

Questionado se o adolescente esboçou algum sentimento de culpa, Gonzaga disse que ele não chegou a falar a palavra “desculpas”, mas, pela feição, aparentava estar arrependido “com certeza”.

 

fonte:jornalfloripa.com.br
Notícias

Exposição descontrolada torna jovens vulneráveis a criminosos

A tecnologia que conecta pessoas por meio da internet e suas redes sociais pode causar dor de cabeça aos pais, professores e pedagogos. Episódios envolvendo bullying virtual, difamação e a vingança erótica, conhecida como sexting, tem ganhado espaço entre os jovens e adolescentes. O A VOZ DA CIDADE conversou com o delegado adjunto da 93ª Delegacia de Polícia de Volta Redonda, Marcelo Russo, sobre as necessidades de se usar corretamente a internet, principalmente sobre o consumismo dos jovens; e também com uma família que passou pelo problema, sendo ameaçada com registro íntimo de uma menor.

De acordo com o psicólogo e diretor de Educação da Organização não Governamental (ONG) SaferNet, Rodrigo Nejm, o vazamento de conteúdo íntimo tem superado, em volume, casos registrados em comparação aos episódios de cyberbullying, nos últimos dois anos.

A ONG registrou, no ano passado, 322 atendimentos em seu canal de ajuda sobre situações envolvendo o chamado sexting, quando jovens e adolescentes trocam imagens de si mesmos (com pouca roupa ou nus) e mensagens de texto eróticas.

Com relação ao ciberbullying, a SaferNet registrou 265 pedidos de ajuda. Em 2014, a SaferNet computou 224 atendimentos por sexting e 177 por ciberbullying. Para o especialista, os números são pequenos diante da realidade, mas expressam um ‘termômetro’ da atual realidade do país.

O delegado Marcelo Russo explica que os adolescentes se apropriam da internet com uma sensação de poder e anonimato, achando que aquilo que ele está fazendo está protegido, que não tem consequências.

“Mesmo que conheçam o perigo, na hora da brincadeira, do namoro, se expõem muito mais a essas situações na rede”, disse Russo. “A internet é um ambiente público, que na verdade é uma extensão da vida social das pessoas. Qualquer coisa postada toma conhecimento. Os jovens têm uma falsa sensação de obscuridade, mas é mentira”, aponta o delegado, reforçando que tudo o que não é feito na vida pública, não pode ser feito na internet. “Você não fala com estranhos por aí na rua, assim deve ser feito na rede”, citou.

FAMÍLIA

Um casal de Resende, que prefere não se identificar, até hoje passa por constrangimento com fotos publicadas de sua filha na internet. “Ela tinha um namorado e passava imagens íntimas para ele, sem o nosso conhecimento. Depois que terminaram, ele compartilhou os arquivos com os amigos e isso foi viralizando”, contou o pai. “Não foi provada até hoje sua culpa e minha filha é alvo de deboche e piada na escola, quase dois anos depois do episódio”, expôs.

A mãe da jovem, que hoje tem 17 anos, diz que a filha teve que passar por ajuda psicológica e o convívio mudou. “Sempre confiei, mas hoje em dia eu até a sigo se for preciso. Olho suas redes sociais e tenho senha e acesso a tudo. Nunca pensamos passar por isso e se depender de nós isso nunca volta a acontecer”, descreveu a mãe.

O QUE FAZER

Muitos desses criminosos fazem uma falsa amizade com o jovem, colhendo também dados e informações da família, da casa. “Nas imagens e vídeos eles observam os imóveis e possíveis objetos de valor e depois cometem crime”, narra o delegado.

“Os pais devem ficar atento ao comportamento dos filhos, ter mais diálogo e impor regras e horários para o uso da internet. Caso encontre qualquer conversa, bloqueie e procure a polícia”, mencionou, completando que as penas são variadas, de um a quatro anos. Existem vários crimes: contra honra, ameaça, assédio, crime sexual, entre outros. “Há uma gama imensa de delitos e a pena varia com o caso”, finaliza Marcelo Russo.

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