segunda-feira, abril 29, 2024

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Menino de 12 anos autista sofre Bullying e ameaças em escola de Florianópolis

A mãe encontrou ameaças de morte contra o menino em um grupo de aplicativo de mensagens

A Polícia Civil de Santa Catarina informou que vai instaurar um procedimento para apurar o caso de bullying e ameaças contra uma criança autista, de 12 anos, em uma escola pública de Florianópolis. A investigação será feita pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCAMI).

Segundo a mãe, ela encontrou ameaças de morte contra o menino, que tem transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em um grupo de aplicativo de mensagens. Ela ainda pede que o filho tenha um professor auxiliar e entrou com um pedido na Defensoria Pública. Segundo ela, o órgão respondeu que solicitou o profissional à prefeitura.

A administração municipal, por sua vez, disse em nota que o estudante possui um ótimo desenvolvimento cognitivo e que ele não precisa de adequações pedagógicas e de acessibilidade nas atividades.

De acordo com a mãe, a criança, que está na sexta série, não vai à escola há quase um mês devido aos casos de bullying e ameaças. Ela conta que, nos quatro primeiros anos, ele estudava em outra escola. Ele mudou de unidade escolar em 2023, após conseguir uma vaga no local.

— Ele tinha uma professora maravilhosa. Então não foi preciso professor auxiliar porque ela estava em tudo. E ela dizia: “na minha aula não tem bullying”. Ela é uma professora maravilhosa. A professora me disse: “olha, para o ano que vem eu acho que ele vai precisar de um professor auxiliar porque vão ser muitas matérias, vai ser aquele entra e sai — diz.

Entretanto, segundo a mãe, o bullying ocorre e o filho tem dificuldades com a situação. O menino se sai bem academicamente, mas enfrenta desafios na socialização.

Em uma situação que aconteceu em um aplicativo de mensagem, o menino chega a ser ameaçado por outros colegas da escola.

— Ele [filho] fez um monte de publicações, que ele gosta, no grupo e o cara diz assim para ele: “por que tu não te matas?”. Mandou ele se matar — conta a mãe.

Outras publicações nesse mesmo grupo trazem ameaças ao menino. Em uma delas, um colega dele diz “Se alguém sabe onde o [aluno] mora, dá para ameaçar”. Em outra, o mesmo colega vai além: “Bora matar o [aluno]? Traz coisas leves. Um pedaço de pau grande talvez”.

O filho também já foi agredido fisicamente por esse mesmo colega, diz a mãe. A situação começou após esse aluno debochar do menino em uma aula de educação física.

— Ele tem dificuldade de motricidade grossa. E ele não gosta que debocham dele, porque ele não entende — conta a mãe.

O filho, então, planejou uma forma de retaliação aos deboches.

— Ele [filho] não tem muita noção do medo, perigo, ele não tem essa noção. Na hora da saída, o [filho] botou cola no cabelo do menino na frente de todo mundo. Ninguém entendeu nada. Não sabiam que o garoto tinha incomodado ele na hora da educação física. Aí, os colegas ficaram muito indignados — diz.

Quando foi buscá-lo, a mãe foi avisada por duas colegas da sala que o filho dela era, então, agredido:

— Eu estava no carro esperando e aí saíram duas coleguinhas correndo e me dizem ‘a senhora é a mãe do [nome do menino]’. Eu digo que sim. ‘Tem um menino batendo nele’. Eu saí correndo. Quando eu chego, eles estavam os dois na secretaria.

Depois desse caso, a mãe fez um boletim de ocorrência. Foram dois no total. O outro relata as ameaças no aplicativo de mensagens.

O que diz a prefeitura

“De acordo com análises das professoras de Educação Especial que atuam no AEE (Atendimento Educacional Especializado) , da equipe pedagógica e da direção da unidade educativa, [aluno] é um estudante que realiza com autonomia atividades de autocuidado, como higiene e alimentação, locomove-se com independência pelo espaço escolar, e utiliza linguagem oral para comunicação.

É um estudante participativo, expressa suas opiniões acerca de diversos assuntos, é criativo, comunicativo e questionador. O estudante possui um ótimo desenvolvimento cognitivo em todas as disciplinas, não apresenta dificuldades na aquisição dos conhecimentos relativos aos conceitos que lhe são apresentados, assimilando-os muito bem e realizando as atividades que são propostas com êxito.

Os professores relatam que [aluno] não encontra barreiras na metodologia pedagógica utilizada e não precisa de adequações pedagógicas/acessibilidade nas atividades, pois consegue acompanhar o conteúdo que é proposto.

Assim sendo, não apresenta necessidade até o momento de Professor Auxiliar de Educação Especial”

 

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Com informações NSC.
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A inspiradora história de Pedro Lessa

 

Perguntamos a Joana (mãe) de Pedro sobre a lei sancionada por Lula, que agora o bullying é crime, o que ela achava?

Resposta de Joana:
“Se tornar crime não resolve o bullying, é muito mais sobre educação do que punição!

Se não tiver o respeito com o outro, se tiver a empatia de se colocar no lugar do outra lei não resolve, a lei vai piorar porque aquele que ataca também está ferido!”

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Vítima de cyberbullying escreveu um livro

“Ser boa pessoa não foi o suficiente” para o escritor Sérgio Carvalho, que escreveu o livro “Tu foste um intervalo na solidão”, autobiográfico, que relata o percurso de uma relação de namoro que durou 496 dias, perturbada por episódios de cyberbullying.

O autor esteve na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha no passado dia 24 para apresentar o livro. Por falta de audiência não chegou a fazer a apresentação, mas deu entrevista ao JORNAL DAS CALDAS.
Com 41 anos, natural da Marinha Grande, é formado em Artes Plásticas pela ESAD.CR e desenvolve atividades profissionais no ramo das artes visuais e do ensino. Escreveu sobre uma relação que viveu há cerca de quatro anos com uma mulher dez anos mais nova que ele, em Aveiro, quando estava a fazer o mestrado em Ensino de Artes Visuais.

“Ela era da geração de jovens que não estudam nem trabalham, chamada de “nem nem” e conhecemo-nos num evento cultural onde no início tudo era cor de rosa”, contou, Sérgio Carvalho, até se aperceber da sua insegurança em relação às suas relações sociais com outras pessoas. “Ela tinha ciúmes do meu relacionamento com familiares, amigos, colegas de trabalho”, relatou o autor, acrescentando que a companheira começou a fazer “uma vigilância apertada sobre os contatos sociais que tinha”.

“Ela começou a vigiar o meu telemóvel, e-mail, redes sociais e fazia cenas de ciúmes à medida que me cruzava com pessoas que conhecia na rua”, adiantou, revelando que foi vítima de “violência psicológica através de tecnologias de informação e comunicação”. “Chegou uma altura em que já tinha medo de receber mensagens no facebook ou no e-mail porque queria que ela estivesse bem comigo”, explicou, referindo que “apesar do controlo gostava dela e pagava-lhe tudo”.

“Por amor nós somos doidos”, comentou, reconhecendo que ela nunca confiou nele. E, por isso, nunca foi capaz de se “entregar totalmente a ela”.
“Pelos ciúmes que ela manifestava, a minha forma natural de ser e de agir foi abafada, os meus passos eram vigiados e o meu círculo social desintegrou-se”, lembrou. Sentiu-se “um fantoche que, em nome de algum conforto emocional”, se deixou “contagiar, manipular e controlar por uma mulher que me amava”.

Chegou o dia em que disse “basta” e não suportou mais ser amado desta “maneira sufocante”. “Eu estava a viver uma ansiedade exaustante e disse-lhe que não a conseguia amar e ao mesmo tempo ter medo dela”, disse.

O autor, que escreveu o livro para alertar pais e filhos de que “a violência psicológica no namoro é tão grave como a violência física”, vincou que a namorada tinha a autoestima muito em baixo “não tinha amigas e não tinha a experiência de conhecer pessoas na rua. Vivia fechada no mundo da Internet e só tinha amizades virtuais”.

Com “Tu foste um intervalo na solidão” pretende ainda “sensibilizar o público para a importância do respeito pela liberdade do outro e confiança numa relação entre duas pessoas e testemunhar que o sentimento de paixão pode ofuscar os desequilíbrios numa relação tóxica”.

Sérgio Carvalho começou uma relação após vários anos de “isolamento” e esforçou-se, como nunca, para merecer “cada minuto, cada beijo, cada “amo-te”. “Éramos duas pessoas muito diferentes, nascidas com uma década de distância e um trajeto de vida com quase nada em comum”, contou.
O autor ainda não encontrou novo amor, mas garante que “aprendeu com a experiência” e que “ser boa pessoa não é o suficiente”.

Aida Reis, diretora da Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, convidou Sérgio Carvalho a voltar às Caldas para apresentar o seu livro a alunos do secundário, com o objetivo de sensibilizar para a violência no namoro.

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