quinta-feira, abril 18, 2024

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Vítima de bullying, adolescente encontra paixão nas artes marciais e vence batalha contra obesidade

Morador de São Roque (SP), Peterson Felipe Silva dos Santos, de 13 anos, enfrentou diversos obstáculos, mas agora coleciona vitórias.

Vítima de constante bullying na escola por conta de seu peso, um adolescente de São Roque (SP) se recolheu da vida social e, no isolamento, entrou em depressão. Peterson Felipe Silva dos Santos, de 13 anos, entretanto, transformou, por meio do esporte, a dor da solidão e a obesidade, em superação e medalhas.

Dedicado e grato à família e à treinadora, quer ser profissional e, é claro, fonte de inspiração para quem passa pela mesma situação. “Era muito sedentário. Não gostava de sair com meus amigos, na rua. Gostava de ficar em casa, jogando, mexendo no celular”, conta.

“Na escola, me desprezavam muito. Nas aulas de educação física, nos trabalhos, ninguém queria fazer grupo comigo, tudo por eu ser gordo”, relembra. “Pessoas da minha própria família me olhavam com desprezo”, acrescenta. O apoio vinha de poucos amigos e professores.

Ele lembra ainda que a primeira ação para reverter o quadro foi da mãe, que conversou com uma pessoa que treinava com ela na academia. Peterson diz que no início praticou vários esportes, sem ter encontrado afinidade com nenhum. Entre os esportes, estava o kickboxing;

“Vivia emburrado. Não gostava de jeito nenhum. Depois de três meses, fui pegando gosto”, garante.

O adolescente começou a treinar com dez anos e, logo que fez 11 anos, participou da sua primeira luta. Depois dela, evidentemente, vieram muitas outras, acompanhadas de muitas vitórias. “Agora, já participei do Campeonato Brasileiro, do Cinturão, já cheguei a fazer três lutas em um dia só”, conta.

Durante o trajeto, Peterson relembra que precisou enfrentar diversos desafios para regular a alimentação. “Tive que fazer dieta, não podia comer um monte de coisa.” Ele recorda também que a família comia pizza, por exemplo, escondido dele. “Hoje, posso comer de tudo”, argumenta.

São diversos eventos regionais e nacionais dos quais ele participou. De nove deles, foram quatro ouros, três pratas e um cinturão.

Quer lugar no UFC

Peterson lembra que sua maior inspiração é o atleta Alexsandro Pereira, mais conhecido como Alex Poatan ou apenas Poatan. “Ele largou tudo, largou a bebida, para ser um lutador rápido, forte e técnico. Ele se esforçou bastante e eu também estou me esforçando bastante para ser um profissional”, conta.

O sonho é ser um campeão, participando do Ultimate Fighting Championship (UFC). “É um esporte muito desvalorizado, porque acham um esporte agressivo. Mas ninguém sabe a disciplina desse esporte. Faço futebol também e garanto que é mais maldoso do que a luta”, afirma.

A mãe, Priscila Mello Dos Santos, conta emocionada como foi ter acompanhado e superado todos esses momentos de Peterson. “O kickboxing resgatou meu filho. Tiro meu chapéu pra ele, que lutou contra a obesidade, bullying, sedentarismo e depressão. Ele foi forte e conseguiu vencer e se reerguer. Não foi fácil e acho que foi o momento mais difícil da minha vida porque nenhuma mãe quer passar por isso”, desabafa.

“Ele lutou contra a dieta, onde queria comer coisas gostosas e não podia. Tenho muito orgulho dele por ter passado por tudo isso e estar conseguindo realizar o sonho dele. Estou aqui pra apoiar e incentivar, sempre. Meu filho nasceu de novo “, termina

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Partidos têm ideias para combater violência e bullying nas escolas

PCP propõe criação de gabinetes pedagógicos de integração escolar para promover um ambiente saudável e acompanhar alunos sinalizados. Os Verdes defendem mais psicólogos nas escolas e o CDS-PP recomenda ações de sensibilização sobre cyberbullying.

 

A indisciplina, a violência, o bullying, e a exclusão no interior das escolas são fenómenos que preocupam os partidos políticos. Há várias ideias em cima da mesa. O grupo parlamentar do PCP propõe a criação de gabinetes pedagógicos de integração escolar nos agrupamentos e escolas não agrupadas do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário que, entre outras tarefas, acompanhem alunos sinalizados e combatam o abandono e insucesso escolar. O CDS-PP e Os Verdes também estão atentos a essas realidades e avançam com várias recomendações para combater a violência nas escolas. O CDS-PP sugere um programa anual sobre cibersegurança e cibercrime e sessões de informação sobre utilização da Internet nas escolas. Os Verdes insistem na contratação de mais psicólogos para os estabelecimentos de ensino e defendem a elaboração de uma agenda que aborde e sensibilize alunos, professores, pessoal não docente, pais e encarregados de educação, para as questões que envolvem o cyberbullying.

“A resposta aos problemas da indisciplina, da violência, do insucesso e do abandono escolar deve ser necessariamente ampla e integrada, não podendo ser reduzida a nenhuma medida em particular”, sublinha o PCP no seu projeto de lei. O grupo parlamentar defende, deste modo, uma intervenção estruturada para promover “um efetivo combate aos fenómenos de indisciplina, violência, bullying ou exclusão no interior da escola”.

Os gabinetes pedagógicos de integração escolar, que o PCP defende, têm como principal objetivo “a promoção de um ambiente escolar saudável e estimulante que simultaneamente crie as condições para um efetivo acompanhamento na aplicação das medidas corretivas e que articule entre toda a comunidade escolar as respostas necessárias para a supressão de hábitos ou comportamentos desadequados ou prejudiciais ao ambiente escolar”. Gabinetes que devem ser constituídos por psicólogos, profissionais das ciências da educação, animadores socioculturais, assistentes sociais, professores, funcionários dos agrupamentos escolares, representantes das associações de estudantes.

Estas estruturas escolares teriam nas mãos o acompanhamento da execução de medidas corretivas, o acompanhamento social ou pedagógico do aluno a seu pedido ou por recomendação do diretor de turma, do conselho de turma, do diretor, ou do conselho pedagógico. E ainda a realização, promoção, apoio ou dinamização de iniciativas que combatam o abandono e insucesso escolares, a exclusão, a violência e a indisciplina, e promovam um ambiente de cidadania, participação e responsabilidade.

 

Bloquear sítios impróprios

O PCP considera que as medidas repressivas não devem ser a primeira abordagem para os problemas das escolas, mas sim uma “resposta de fim de linha que é tomada apenas de forma complementar após a intervenção pedagógica, social e política de prevenção de comportamentos desajustados ou violentos”. Os gabinetes que propõe trabalhariam no âmbito da autonomia das escolas e o Governo ficaria responsável pela atribuição de condições materiais, financeiras e humanas para um funcionamento regular.

Os Verdes querem mais psicólogos nas escolas e ações de sensibilização sobre cyberbullying dirigidas a toda a comunidade educativa. Num projeto de resolução, o partido ecologista sublinha que compete às escolas, e também aos serviços de saúde, sensibilizar crianças e jovens para os cuidados a ter e para a deteção preventiva de eventuais crimes no mundo da Internet. Até porque, sublinha, os professores “são agentes determinantes na deteção de problemas e na procura da sua solução” e as escolas “um espaço relevante” para prestar auxílio em situações de cyberbullying.

O CDS-PP, por seu turno, alerta, num projeto de resolução, para a urgência de “medidas de prevenção para o combate ao crime e à violência, particularmente o cyberbullying e o cibercrime”, nomeadamente nas escolas. Nesse sentido, os centristas propõem que o Parlamento recomende ao Governo o bloqueio do acesso a sítios na Internet e aplicações digitais considerados potencialmente perigosos ou impróprios para menores de idade. E, por outro lado, que desenvolva um programa anual para estudantes sobre cibersegurança e cibercrime e sessões de informação nas escolas sobre a utilização segura da Internet.

Para o CDS-PP, a cibercriminalidade, a violência e a criminalidade em contexto escolar são matérias relativamente novas, mas que estão a aumentar e, por isso, é necessário definir planos e ações concretas de sensibilização, formação e prevenção. Na sua perspetiva, a globalização virtual exige “cada vez mais e maiores cautelas”, medidas preventivas e “até repressivas”, e a segurança no uso da Internet deve ser uma das prioridades na abordagem com crianças e jovens.

font: http://www.educare.pt - Sara R. Oliveira
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