sábado, abril 20, 2024

Internet

Internet levou o bullying para fora da escola e agora ele não tem hora para parar, afirma especialista

Assédio foi potencializado pelas redes sociais e atinge 11% dos jovens entre 11 e 15 anos

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https://noticias.r7.com/record-news/videos/internet-difundiu-o-bullying-para-fora-das-escolas-e-sem-hora-para-parar-afirma-especialista-28032024

Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), uma a cada seis crianças é vítima de cyberbullying. Para Gustavo Torrente, especialista em tecnologia e professor da Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista), dizer que “na minha época não tinha bullying” é uma “grande mentira”. Ele explica que o crime acontecia, mas era limitado aos muros e horários da escola. Agora, o cyberbullying ocorre 24 horas por dia e em qualquer lugar.

Escolas

“Sempre que bloqueava um número no telemóvel, ele ligava com outro”

Ana, 23 anos, Lisboa

“Em outubro de 2016, estava na reitoria da faculdade a tratar da bolsa de estudo e ele estava lá. Era estrangeiro e queria saber se podia pedir também a dele. A senhora da faculdade não sabia falar bem inglês e eu servi de intérprete. Depois ofereci-me para o ajudar porque tínhamos percebido que a bolsa da Direção Geral de Ensino Superior não abarcava estrangeiros. Trocámos contactos e eu disse-lhe que ia procurar bolsas de estudo para estudantes paquistaneses em Portugal. Depois enviei-lhe as coisas. Ele começou a falar cada vez mais e mais, a mostrar-me ligeiramente obcecado comigo. Mesmo insistente, a falar a toda a hora. Enviava-me fotos que tinha encontrado no Facebook do meu irmão, disse que o tinha adicionado, etc, etc.. Comecei a não achar piada à brincadeira e bloqueei-o do Facebook. Começaram as mensagens e as chamadas a toda à hora. Sempre que bloqueava um número no telemóvel, ele ligava com outro. Até hoje, foram 8 números no total, sete portugueses e um paquistanês. Recebia mensagens e chamadas a toda a hora que iam para o filtro de assédio do telemóvel. Bloqueei-o também no whatsapp, e ele continuou, também por lá, a enviar mensagens de diferentes números. Na última conversa, na semana passada, eu disse que aquilo era stalking e perguntei se queria que fosse à polícia. Ele respondeu: “Falas da polícia, achas que isso é a maneira certa de falar? Ouve, menina, eu venho de uma família com muito boa reputação no meu país e também em Portugal” e terminou por aqui. Pelo menos, até agora.”

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