Vítima de bullying, adolescente encontra paixão nas artes marciais e vence batalha contra obesidade
Morador de São Roque (SP), Peterson Felipe Silva dos Santos, de 13 anos, enfrentou diversos obstáculos, mas agora coleciona vitórias.
Vítima de constante bullying na escola por conta de seu peso, um adolescente de São Roque (SP) se recolheu da vida social e, no isolamento, entrou em depressão. Peterson Felipe Silva dos Santos, de 13 anos, entretanto, transformou, por meio do esporte, a dor da solidão e a obesidade, em superação e medalhas.
Dedicado e grato à família e à treinadora, quer ser profissional e, é claro, fonte de inspiração para quem passa pela mesma situação. “Era muito sedentário. Não gostava de sair com meus amigos, na rua. Gostava de ficar em casa, jogando, mexendo no celular”, conta.
“Na escola, me desprezavam muito. Nas aulas de educação física, nos trabalhos, ninguém queria fazer grupo comigo, tudo por eu ser gordo”, relembra. “Pessoas da minha própria família me olhavam com desprezo”, acrescenta. O apoio vinha de poucos amigos e professores.
Ele lembra ainda que a primeira ação para reverter o quadro foi da mãe, que conversou com uma pessoa que treinava com ela na academia. Peterson diz que no início praticou vários esportes, sem ter encontrado afinidade com nenhum. Entre os esportes, estava o kickboxing;
“Vivia emburrado. Não gostava de jeito nenhum. Depois de três meses, fui pegando gosto”, garante.
O adolescente começou a treinar com dez anos e, logo que fez 11 anos, participou da sua primeira luta. Depois dela, evidentemente, vieram muitas outras, acompanhadas de muitas vitórias. “Agora, já participei do Campeonato Brasileiro, do Cinturão, já cheguei a fazer três lutas em um dia só”, conta.
Durante o trajeto, Peterson relembra que precisou enfrentar diversos desafios para regular a alimentação. “Tive que fazer dieta, não podia comer um monte de coisa.” Ele recorda também que a família comia pizza, por exemplo, escondido dele. “Hoje, posso comer de tudo”, argumenta.
São diversos eventos regionais e nacionais dos quais ele participou. De nove deles, foram quatro ouros, três pratas e um cinturão.
Quer lugar no UFC
Peterson lembra que sua maior inspiração é o atleta Alexsandro Pereira, mais conhecido como Alex Poatan ou apenas Poatan. “Ele largou tudo, largou a bebida, para ser um lutador rápido, forte e técnico. Ele se esforçou bastante e eu também estou me esforçando bastante para ser um profissional”, conta.
O sonho é ser um campeão, participando do Ultimate Fighting Championship (UFC). “É um esporte muito desvalorizado, porque acham um esporte agressivo. Mas ninguém sabe a disciplina desse esporte. Faço futebol também e garanto que é mais maldoso do que a luta”, afirma.
A mãe, Priscila Mello Dos Santos, conta emocionada como foi ter acompanhado e superado todos esses momentos de Peterson. “O kickboxing resgatou meu filho. Tiro meu chapéu pra ele, que lutou contra a obesidade, bullying, sedentarismo e depressão. Ele foi forte e conseguiu vencer e se reerguer. Não foi fácil e acho que foi o momento mais difícil da minha vida porque nenhuma mãe quer passar por isso”, desabafa.
“Ele lutou contra a dieta, onde queria comer coisas gostosas e não podia. Tenho muito orgulho dele por ter passado por tudo isso e estar conseguindo realizar o sonho dele. Estou aqui pra apoiar e incentivar, sempre. Meu filho nasceu de novo “, termina